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Título: PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE A PRÁTICA INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE NO BRASIL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DO PERÍODO DE 2010 A 2019
Aluno: KIMBERLLY MARIA OLIVEIRA ASSIS DA SILVA
Orientador: FERNANDA CENCI QUEIROZ
Banca:
Ano: 2020   Tipo: PIC
Palavras-chave: PRÁTICA INTERPROFISSIONAL, SAÚDE,
Resumo: Atualmente, observa-se a necessidade de mudanças expressivas na realidade dos serviços de saúde que possam causar maiores impactos nas condições gerais de vida e saúde da população. Essas mudanças apenas serão possíveis diante de uma nova perspectiva do modelo de formação do trabalho em saúde e atuação destes profissionais (CAMARA, GROSSEMAN, PINHO; 2015) (COSTA, 2015). A principal fragilidade observada na formação dos profissionais de saúde está relacionada a baixa formação de trabalhadores aptos para o trabalho em equipe, reproduzindo um modelo de cuidado em saúde fragmentado e com baixa resolutividade (COSTA, 2015). Analisando estas necessidades e reconhecendo a insuficiência de práticas isoladas de saúde para garantir a integralidade do cuidado, o trabalho em equipe torna-se essencial (MALLMANN, TOASSI; 2019). Nesse contexto, emerge a busca pela superação do modelo tradicional de educação uniprofissional e biomédico, enfatizando a necessidade do trabalho colaborativo em equipe e incorporação de atividades de educação interprofissional nos cursos de graduação de saúde (COSTA, 2016). Com base neste cenário, a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2010, publicou o documento ?Framework for Action on Interprofessional Education and Collaborative Practice?, no qual certificou que, para o alcance das metas da agenda da saúde global, é necessário potencializar o trabalho das equipes de saúde através da colaboração entre profissionais de diversas áreas do conhecimento, gerando perspectivas de desenvolvimento de Educação Interprofissional (IEP) nas universidades e nos centros de pesquisas (CAMARA, GROSSEMAN, PINHO; 2015; FIGUEREDO, 2018). A EIP é definida como um modelo de formação, proposto por ações articuladas entre dois ou mais cursos da saúde, instigando o processo de aprendizagem compartilhado e interativo, promovendo o aprendizado sobre a atuação do outro profissional, com os outros e entre si, sendo esta necessária para o desenvolvimento de habilidades para a prática colaborativa (ALMEIDA, TESTON, MEDEIROS; 2018). No Brasil, desde a década de 70 são desenvolvidas propostas que promovam à integração ensino-serviço e ao trabalho em equipe. No ano 2001, foram implementadas as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Saúde (DCN), de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) da Lei 8080/90. Essas diretrizes foram um marco legal para a articulação entre a saúde e educação, preconizando a formação para o trabalho em equipe na perspectiva da integralidade e da qualidade da comunicação entre os profissionais de saúde e usuários/famílias/comunidade (SILVA, 2015). O conceito de ?interprofissionalidade? tem tido destaque em conjunto às políticas de saúde no setor público e privado, tanto no Brasil como mundo, principalmente no âmbito da educação interprofissional. Essa notoriedade transcorre da importância de se inserir na gestão do trabalho e na educação na saúde, critérios e parâmetros de regulação da atuação profissional em equipe e da organização curricular para a formação do trabalho em equipe (CECCIM, 2018). A interprofissionalidade na Saúde associa novos arranjos de formação interdisciplinar e intercultural, através da produção de elementos característicos do trabalho coletivo em saúde. Além disso, atua de maneira integral e ecológica no conhecimento e educação, como uma ação de transformação, por meio do pensamento e ação integrados, na produção de estratégias, ferramentas e organizações, com fortes impactos conceituais vinculados ao desenvolvimento da Saúde e da Educação (PEREIRA, 20181). Entretanto, mesmo o SUS e as DCN focalizando o trabalho em equipe, ainda se observa que o modelo assistencial predominante entre profissionais de saúde é uniprofissional, o qual caracteriza-se pela fragmentação do cuidado, reforçando a prática biomédica hegemônica, com o isolamento do profissional (SILVA, 2015) No Brasil, entre os métodos utilizados para introduzir a EIP nos cursos de graduação em saúde, destaca-se o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde do Ministério da Saúde (PET-Saúde), proposto para fomentar grupos interprofissionais de aprendizagem tutorial pelo trabalho, o qual propõe à formação de trabalhadores da saúde para uma prática colaborativa, imprescindível para o cuidado integral, um dos princípios do SUS (SOARES, 2019). O PET-Saúde/Interprofissionalidade faz parte do conjunto de ações do Plano para a Implementação da Educação Interprofissional (EIP) no Brasil, conforme chamado realizado pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS / OMS) no ano de 2016, que teve como objetivo aproximar os acadêmicos de competências de trabalho comuns a todos os profissionais da saúde, e não somente as atribuições específicas de suas áreas, no período de um a dois anos (BRASIL, 2019). Este processo acontece através da formação de grupos de estudantes de vários cursos, proporcionando o contato com experiências interprofissionais, sendo ministrado por profissionais e docentes de diferentes áreas da saúde. Essa é uma política pública que exige a consolidação de atividades acadêmicas integrada aos serviços de saúde, atendendo às necessidades da sociedade, com o intuito de restabelecer a coerência entre a formação do profissional da saúde e as propostas do SUS (SOARES, 2019). Tendo em vista a importância da interprofissionalidade nos cenários dos serviços de saúde, a presente pesquisa tem como proposta realizar o levantamento bibliográfico de publicações sobre a prática interprofissional em saúde no Brasil, com o intuito de propor subsídios para a elaboração de estratégias que contribuam para o trabalho interprofissional entre os profissionais de saúde.
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