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Título: EFEITOS DO BISFENOL A: UM DESREGULADOR ENDÓCRINO
Aluno: RAFAELA SARGI SENCI
Orientador: MARY LEIVA DE FARIA
Banca: PATRÍCIA CAVANI MARTINS DE MELLO
Ano: 2015   Tipo: Monografia / TCC
Palavras-chave: bisfenol A, desregulador endócrino.
Resumo: O bisfenol A (BPA) é um monômero obtido pela reação de 1 mol de acetona com 2 mols de fenol. É utilizado principalmente na fabricação de policarbonato, um polímero transparente, de alta resistência a impactos e temperatura. O BPA é também um dos componentes da resina epóxi, um polímero termofixo que se endurece quando misturado a um agente catalizador. O uso do bisfenol A para a elaboração de materiais destinados ao contato com alimentos (embalagens, equipamentos e utensílios) e também aditivos para materiais plásticos é regulamentado através das Resoluções RDC n. 56/2012 e 17/2008. Ambas estabelecem como Limite de Migração Específico (LME) de 0,6 mg de bisfenol A por quilograma de alimento. A exposição humana e animal ao BPA pode ocorrer por diferentes formas, sendo a principal pela ingestão de água e alimentos contaminados pela armazenagem em utensílios contendo bisfenol A. No meio ambiente, o BPA pode contaminar os ambientes aquáticos, pela descarga de efluentes que o contém, a atmosfera através da liberação do mesmo pelas indústrias, e também o solo pela aplicação do lodo proveniente de esgoto das estações de tratamento que apresentam bisfenol A. Atualmente há preocupações de que a quantidade de BPA para o qual os seres humanos estão expostos podem causar efeitos adversos à saúde, mesmo estando em concentrações muito baixas. Isso se dá devido ao fato de que este é considerado um desregulador endócrino. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo apresentar diversos produtos que são constituídos por bisfenol A, bem como descrever seu mecanismo de ação e seus efeitos endócrinos. Os desreguladores endócrinos (DEs) são substâncias que podem interferir no funcionamento do sistema endócrino, como na produção, liberação, transporte, metabolismo, ligação, ação ou eliminação de hormônios naturais do corpo que são responsáveis pela manutenção da homeostase e da regulação dos processos de crescimento. Os DEs podem agir substituindo, bloqueando, aumentando ou diminuindo os níveis dos hormônios naturais. Apesar de muitos estudos terem demonstrado a presença de quantidades significativas de bisfenol A não apenas em amostras ambientais como ar, água, solo, poeira, alimento, mas também em amostras biológicas de humanos, alguns autores afirmam que existem apenas suspeitas ainda não comprovadas cientificamente, de que o bisfenol A pode agir como um desregulador endócrino. Mas mesmo com todas as polêmicas em torno dos efeitos do bisfenol A, a Anvisa em 2012 adotou a medida preventiva proibindo a comercialização no Brasil de mamadeiras fabricadas com BPA. Portanto, baseando-se no princípio da precaução, entende-se que é importante promover estudos conclusivos sobre a utilização e exposição humana ao bisfenol A, para de fato, proteger a saúde da população. Além de evitar o contato constante (principalmente dos bebês, pois são mais vulneráveis às doenças) com produtos que apresentam essa substância em sua composição, a sociedade deve cobrar ações de órgãos fiscalizadores competentes para que a integridade física dos consumidores seja garantida.
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